Falsificações Relacionadas ao Mormonismo/Mark Hofmann

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Se Gordon B.Hinckley foi um profeta, porque foi enganado por Mark Hofmann?


Mas como nem sempre podes julgar os justos, ou seja, como nem sempre podes discernir os iníquos dos justos, digo-te: Mantém silêncio até que me pareça conveniente dar a conhecer ao mundo todas as coisas concernentes ao assunto.

Doutrina & Convênio 10:37
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Gordon B. Hinckley, na época membro da Primeira Presidência, adquiriu vários documentos de Mark Hofmann, aparentemente datados do século XIX, mas que foram mais tarde identificados como falsificações.

  • Se Gordon B. Hinckley foi um profeta verdadeiro, por que se deixou enganar ao comprar as falsificações? Será que ele não era capaz de discernir a fraude? [1]


Os profetas geralmente não agem para tirar a liberdade de escolha dos outros. A decisão do Presidente Hinckley de comprar os documentos permitiu que estes fossem examinados, e manteve-os disponíveis para um posterior estudo mais aprofundado de modo que a falsificação pôde ser descoberta. (Tivesse um colecionador particular, especialmente hostil à Igreja, adquirido os documentos, o acesso poderia ter sido muito mais difícil.)

Hofmann tomou a decisão de mentir e cobrir suas mentiras com assassinato. Tão trágicas como essas escolhas, a doutrina SUD não espera que Deus intervenha normalmente por meio de um profeta, ou mesmo pessoalmente, para evitar que uma pessoa empenhada em fazer escolhas perversas realize seus planos. (Ver D & C 10:37) Se Deus fizesse isso rotineiramente, a escolha irrestrita estaria ameaçada.

Perguntas e respostas detalhadas


A suposição de que o Presidente Hinckley deveria ter percebido a natureza da falsificação decorre de expectativas incorretas do que é um profeta. Os profetas não são oniscientes nem infalíveis. A Igreja comprou os documentos após ter sido informada por especialistas de que eram verdadeiros.

Mais tarde, em um devocional para Jovens Adultos transmitido da Praça do Templo, o Presidente Hinckley falou sobre Martin Harris e outros mencionados na Carta Salamandra, e aconselhou cautela em aceitar a autenticidade dos documentos. Ele teve o cuidado de não proclamar que eles eram autênticos:

Como a maioria de vocês sabe, houve recentemente grandes agitações com relação a duas cartas antigas. Uma delas foi supostamente escrita por Joseph Smith a Josiah Stowell, em 1825. Se for verdadeira, é o produto mais antigo conhecido da caligrafia de Joseph Smith. Trata-se de um trabalho de Joseph dado ao Sr. Stowell, o qual estava envolvido numa operação de mineração em busca de moedas antigas e metais preciosos. A outra data de 23 de Outubro de 1830, e foi supostamente escrita por Martin Harris a W. W. Phelps. Adquiri as duas cartas para a Igreja, a primeira por compra. A segunda foi dada à Igreja por seu generoso proprietário. Estou, naturalmente, familiarizado com ambas as cartas, tendo-as segurado em minhas mãos e tendo-as lido em sua forma original. Fui eu quem, inclusive, tomei a decisão de publicá-las. Cópias foram emitidas à mídia, e ambas receberam ampla publicidade. Sabia que haveria uma grande confusão. Estudiosos debruçaram-se sobre elas, discutiram e escreveram a respeito delas, diferindo em suas opiniões, e até mesmo divergiram sobre elas. Fico feliz por termos essas cartas conosco. São documentos interessantes de cuja autenticidade não sabemos e talvez nunca saibamos. No entanto, supondo que sejam autênticos, são escritos valiosos considerando o período do qual vieram. Mas eles não têm verdadeira relevância para a questão da autenticidade da Igreja ou da origem divina do Livro de Mórmon. Muito tem sido dito sobre a carta de Martin Harris a W. W. Phelps. Pergunto: Poderão o caráter, a fé, as vidas e os testemunhos de dois homens prestados em seus últimos dias de vida, serem julgados por algumas palavras em uma folha de papel que podem ou não ter sido escritas por um e recebidas pelo outro?
Se de alguma forma você estiver incomodado com os relatórios de imprensa sobre essa carta, apenas peço que olhe mais de perto para o homem que supostamente a escreveu e o que supostamente a recebeu, ou seja, Martin Harris e W. W. Phelps. A carta é datada após a declaração do testemunho das três testemunhas, uma das quais Martin Harris. Na linguagem inequívoca e certa de que ele e seus companheiros haviam declarado ao mundo: "Saibam todas as nações, tribos, línguas e povos a quem esta obra chegar, que nós, pela graça de Deus, o Pai, e nossa Senhor Jesus Cristo, vimos as placas que contêm este registro, (...) E sabemos também que foram traduzidas pelo dom e poder de Deus, porque assim nos foi declarado por sua voz; sabemos, portanto, com certeza, que o obra é verdadeira (...) E declaramos solenemente que um anjo de Deus desceu dos céus, trouxe-as e colocou-as diante dos nossos olhos, de maneira que vimos as placas e as gravações nelas feitas.” Será que Martin Harris teria hipotecado sua fazenda, vindo posteriormente a perdê-la, para pagar a impressão do Livro de Mórmon se ele tivesse desconfiado que o livro era uma fraude? Ele suportou o ridículo, a perseguição e a pobreza. Ele viveu até a idade de noventa e dois anos e morreu em plena fé, expressando seu testemunho da veracidade do Livro de Mórmon até o fim de sua vida. E W. W. Phelps?
Cinco anos após a data da carta, ele escreveu: "Agora, apesar de meu corpo não ter sido batizado nesta Igreja até quinta-feira, dia 10 de junho de 1831, meu coração lá estava desde o tempo em que me tornei familiarizado com o Livro de Mórmon, e minha esperança, firme como uma âncora, e minha fé aumentaram como a grama depois de um banho refrescante, quando pela primeira vez conversei com nosso amado irmão Joseph, a quem eu estava disposto a reconhecer como o profeta do Senhor, o qual me relatou de um trabalho divino sobre o qual estava tão empenhado em realizar. Devo a ele a minha primeira determinação de sair da loucura de meu caminho, da fantasia deste mundo, e buscar o Senhor e a Sua justiça.”
Esse é o mesmo homem que escreveu aquele majestoso e maravilhoso hino em homenagem ao Profeta Joseph -. "Hoje ao Profeta rendamos louvores, foi ordenado por Cristo Jesus. Para trazer a verdade aos homens. Para aos povos trazer nova luz!” Ele não tinha nenhuma dúvida sobre a origem divina do Livro de Mórmon ou o chamado divino daquele que foi o instrumento nas mãos do Todo-Poderoso em trazê-lo de volta. William W. Phelps morreu como um sumo sacerdote em Salt Lake City, em plena fé. Admirável amor duradouro e lealdade, dos tipos mostrados por esses dois homens, não vêm de uma experiência com uma "salamanca", como geralmente interpretamos essa palavra. Será que esses dois homens que tanto perseveraram em declarar seus testemunhos, e que viveram suas vidas com fé tinham alguma dúvida de que as placas originais do Livro de Mórmon foram recebidas e traduzidas pelo dom e poder de Deus?” [2]

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Resumo: Adquiriu a Igreja a "Carta Salamandra" com a intenção de suprimí-la? A realidade demonstra que os registros históricos são claros que a Igreja nada fez para escondê-las, apesar de que para alguns, tal carta tenha criado problemas sobre a História da Igreja e sua origem

Notas


  1. Criticisms related to President Hinckley's inability to detect the Mark Hofmann forgeries are raised in the following publications: Richard Abanes, One Nation Under Gods: A History of the Mormon Church (New York: Four Walls Eight Windows, 2003), 424 ( Index of claims ) (See here for a response to this issue for this individual work.); Jerald and Sandra Tanner, The Changing World of Mormonism (Moody Press, 1979), 337. ( Index of claims ); Watchman Fellowship, The Watchman Expositor (Page 3)
  2. Gordon B. Hinckley, "First Presidency Message: Keep the Faith," Ensign (September 1985), 3.. off-site