Mormonismo e Finanças da Igreja/Dízimo/Pagar o dízimo contra alimentando seus filhos ou pagar seu aluguel

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Dízimo/Pagar o Dízimo versus alimentar seus Filhos ou pagar seu aluguel


Um crítico da Igreja afirma,

Eu acho a seguinte citação da A Liahona de dezembro de 2012 muito preocupante:

“Se para pagar o dízimo for preciso deixar de pagar a conta de água ou de luz, paguem o dízimo. Se para pagar o dízimo for preciso deixar de pagar o aluguel, paguem o dízimo. Mesmo que se para pagar o dízimo for preciso usar o dinheiro que ia pôr comida na mesa da família, paguem o dízimo. O Senhor não os abandonará”.

Será que um amoroso, gentil e empático Deus realmente coloca os pais na horrível posição de ter de escolher se vai alimentar seus filhos ou pagar o pouco que tem para uma Igreja que possui um mega shopping multimilionário e que recebe uma estimativa de $ 8.000.000,000 de dólares em receitas anuais em dízimo?" [1]

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias responde a estas questões (Inglês)

Lynn G. Robbins, "O Dízimo: Um Mandamento até para os Mais Pobres," A Liahona, (Abril de 2005)


Entre os que não fazem sacrifícios há dois extremos: o primeiro é o rico glutão, que não quer se sacrificar; o outro, é o pobre miserável que acha que não tem o que sacrificar. Mas como pedir a quem passa fome que coma menos ? Haverá alguém tão pobre que não se deva esperar que faça sacrifícios, ou será que há alguma família em pobreza tão extrema que deva ser dispensada de pagar o dízimo? A prova da fé é maior quando a despensa está vazia do que quando ela está cheia. Nesses momentos decisivos, a crise não forma o caráter de ninguém: ela o revela. A crise é a prova.
(Clique aqui para obter o artigo completo (Inglês))



Os críticos da Igreja, muitas vezes a retratam como um negócio ou empresa, com o dízimo sendo o método pelo qual a renda é gerada. Se isso fosse verdade, no entanto, por que a Igreja estaria interessada no "bocado da viúva?" Os críticos muitas vezes agem como se a Igreja simplesmente tomasse dinheiro dos pobres e deixasse-os à própria sorte. A realidade é que a Igreja ira não só apoiar os necessitados, mas vai ajudá-los a encontrar emprego ou meios para criar melhores condições em suas vidas. A Igreja não força ninguém a optar por pagar o dízimo ou alimentar seus filhos. A escolha apresentada pelos críticos é uma caricatura que ignora completamente a função do programa de Bem-Estar da Igreja.

Pagar o dízimo é uma questão de fé. Da perspectiva de um fiel, uma descrição mais precisa do que "pagar o pouco que tem para uma Igreja que possui um mega shopping multimilionário" seria "doar um décimo do pouco que têm para o Senhor."

Perguntas e respostas detalhadas


A citação

TA citação utilizada é parte de uma história sobre uma família em San Salvador, que se uniu a Igreja e estava passando por uma grande mudança em suas vidas. Vamos fornecer um pouco mais do contexto:

O bispo da família Vigil, César Orellana, também observou mudanças na vida deles. Logo após o batismo, Amado procurou o Bispo Orellana e disse: “Queremos pagar o dízimo, mas não sabemos como”.

O bispo Orellana explicou que o dízimo era dez por cento da renda. Amado ficou um tanto preocupado. Naquela época, Evelyn tinha emprego, mas ele não. “Estamos sempre apertados”, explicou Amado ao bispo, “mas queremos pagar o dízimo”.

O Bispo Orellana respondeu: “Irmão, o Senhor fez muitas promessas”. Eles leram, juntos, escrituras sobre as bênçãos resultantes do pagamento fiel do dízimo, inclusive as palavras do Senhor dadas por intermédio do profeta Malaquias: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro (...) e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes” (Malaquias 3:10).

Depois de ler essas escrituras juntos, o Bispo Orellana olhou para os recém-conversos e disse: “ Se , para pagar o dízimo, for preciso deixar de pagar a conta de água ou de luz, paguem o dízimo. Se, para pagar o dízimo, for preciso deixar de pagar o aluguel, paguem o dízimo. Mesmo que, se para pagar o dízimo, for preciso usar o dinheiro que ia pôr comida na mesa da família, paguem o dízimo. O Senhor não os abandonará”.</span>

No domingo seguinte, Amado tornou a procurar o bispo. Dessa vez não fez perguntas. Simplesmente entregou um envelope ao bispo e disse: “Bispo, aqui está nosso dízimo”.

o refletir sobre o que aconteceu, o Bispo Orellana ressalta: “Desde aquele momento, eles são dizimistas fiéis”. A família recebeu alguns mantimentos do armazém do bispo durante seus períodos de dificuldades financeiras. Com exceção disso, o Senhor os abençoou para que fossem autossuficientes. Evelyn foi promovida e Amado achou um bom emprego. Tempos depois, Evelyn perdeu o emprego, mas eles continuaram a pagar o dízimo e receberam bênçãos espirituais e temporais por sua fidelidade. Certa vez, o Bispo Orellana perguntou a Amado como a família estava se saindo financeiramente. Amado respondeu: “Estamos indo bem. Às vezes, a mesa não é farta, mas sempre temos o suficiente. E, acima de tudo, confiamos no Senhor”.</span> [2]

Escolher entre o dízimo e comida ou aluguel

Se alguém está em uma situação em que eles têm de escolher entre o dízimo e comida, é um benefício sentar e conversar com o bispo, pois ele tem acesso a melhores oportunidades de formação e oportunidades de emprego, bem como pode ser útil para se estabelecer um orçamento melhor para que tal conflito não ressurja no futuro.

No que diz respeito à autossuficiência, somos ensinados também que nós precisamos de fazer parte da nossa comunidade de fé, o que exige de nós tempo para permitir que os outros nos sirvam. É uma gentileza dar a outros tais oportunidades, mesmo quando não precisamos necessariamente de tal ajuda. Há bênçãos que vêm por ser um receptor de caridade, bem como um doador de caridade.

Por que os pobres e necessitados devem pagam dizimo?

Há um precedente bíblico da ideia de que mesmo aqueles que são destituídos serão abençoados pelo Senhor, se pagarem o dízimo. [3]:

O Senhor diz a Elias: "Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente." (1 Reis 17:9). É interessante que não foi dito a Elias para ir para Sarepta até a viúva e seu filho que estão a beira da morte. É neste momento extremo - diante da penúria alimentar - que sua fé será testada.

Chegando na cidade, ele a vê, apanhando lenha.

"E ele a chamou, e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco de água que beba."

"E, indo ela a trazê-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me agora também um bocado de pão na tua mão."

“Porém ela disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui, apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos”. (1 Reis 17:10–12).

Um punhado de farinha é bem pouco mesmo, talvez só o suficiente para uma porção, o que torna a resposta de Elias intrigante. Veja: "E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno" (1 Reis 17:13; grifo do autor).

Agora, isso não parece egoísta, não só o fato de pedir o primeiro pedaço, mas, possivelmente, o único pedaço? Nossos pais não nos ensinaram a deixar as outras pessoas se servirem primeiro e, especialmente, para um cavalheiro deixar uma dama ir primeiro, e muito mais ainda uma viúva faminta? A escolha dela - Ela come ou será que sacrifica sua última refeição e apressa a morte? Talvez ela sacrificaria a sua própria comida, mas ela sacrificaria a comida destinada a seu filho faminto?

Elias compreendia a doutrina de que as bênçãos vêm após a prova de nossa fé (ver Éter 12:6; D&C 132:5). Ele não estava sendo egoísta. Como um servo do Senhor, Elias estava lá para dar, não retirar. Continuando a narrativa:

"Porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.

"Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.

"E ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos

"Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou; conforme a palavra do Senhor, que ele falara pelo ministério de Elias." (1 Reis 17:13–16; grifo do autor).

Marcos 12:41-44 nos conta a história da moeda da viúva:

E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito.
Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.

Notas


  1. Jeremy Runnells, "Letter to a CES Director", 2013
  2. Lynn G. Robbins, "Tithing—a Commandment Even for the Destitute," Ensign, (April 2005)
  3. Elder Lynn G. Robbins, "Tithing—a Commandment Even for the Destitute," April 2005 General Conference off-site