O Livro de Mórmon/Tradução/A transcrição Anthon

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A transcrição Anthon

Resumo: O que sabemos sobre a transcrição de Anthon e o Livro de Mórmon? Qual é a atual perspectiva de estudiosos sobre o assunto? Não negou Charles Anthon ter validado os caracteres mostrados a ele?

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Pergunta: O que é a transcrição Anthon?

Joseph Smith copiou caracteres das placas do Livro de Mórmon e Martin Harris levou-os para o leste.

Joseph descreve como entre dezembro de 1827 e fevereiro 1828,

Comecei a copiar os caracteres das placas. Copiei um número considerável deles e por meio do Urim e Tumim, traduzi alguns, o que fiz entre os meses de dezembro, quando cheguei à casa de meu sogro, e fevereiro do ano seguinte.(Joseph Smith History 1:62).

Joseph então descreveu como Martin Harris levou as transcrições a especialistas no leste.

Onde Martin Harris foi, quem ele viu, e o que aconteceu são cercados de relatos contraditórios. Ele parou em Albany, provavelmente para ver Luther Brandish, um deputado estadual de Nova York , com uma reputação de ter conhecimento sobre o Oriente Médio. Alguém referiu-se a Harris, a respeito do ilustre filósofo matemático Samuel Latham Mitchell, então vice-presidente de Rutgers Medical College, em Nova York e famoso por ser considerado uma "enciclopédia viva", um "caos do conhecimento". Relatos variam quanto a saber se ele viu Mitchell ou Charles Anthon, outro estudioso, em primeiro lugar, ou se ele viu Mitchell antes e depois Anthon, mas o episódio Mitchell era de pouca importância. De acordo com Harris, Mitchell encorajou-o e o encaminhou para Anthon, onde uma mudança mais importante ocorreu.[1]

Mark Hofmann também forjou um documento com base na transcrição Anthon, que ele apresentou à Igreja em 22 de abril de 1980

Antes da falsificação ser revelada, pensava-se que este era o mais antigo hológrafo de Joseph Smith existente.[2]

Caracteres na autêntica transcrição de Anthon têm sido relatados em dois "selos mexicanos feitos de barro cozido" que datam de não mais que 400 a.C. Arqueólogos não SUD têm comentado sobre este "sistema até então desconhecido de escrita", que "se assemelha a vários scripts orientais que vão desde a Birmânia e China até a borda do Mediterrâneo", o qual, se autêntico, "quase certamente seria ... um exemplo de contato transpacífico durante a idade pré-clássica [anterior a 400 a.C]. "Também podem ter sido encontrados outros exemplos do mesmo script entre 1921 e 1932.[3] Esta é atualmente uma área que requer mais pesquisas.

Estado atual

Um bom resumo da opinião acadêmica atual , sobre a transcrição de Anthon, pode ser encontrado em:

  • John Gee, "Some Notes on the Anthon Transcript (Review of: Translating the Anthon Transcript)," FARMS Review of Books 12/1 (2000): 5–8. off-site PDF link


Pergunta: Charles Anthon validou os caracteres, trazidos por Martin Harris, que tinham sido copiados das placas do Livro de Mórmon?

Se Anthon não validou os caracteres, então por que Martin Harris voltou imediatamente para casa e financiou o Livro de Mórmon?

Se Charles Anthon realmente tivesse dito a Martin que os caracteres e a tradução eram falsos, seria muito estranho Martin Harris voltar imediatamente para casa, ajudar Joseph a traduzir o Livro de Mórmon, fornecer fundos, e, eventualmente, hipotecar sua fazenda para ajudar a imprimi-lo.

Por outro lado, Anthon evidentemente não tinha nenhuma vontade de ter o seu nome associado ao "mormonismo", e por isso ele tinha motivos evidentes para alterar a história após o fato.[4]

Martin Harris disse que Anthon validou os caracteres

O relato de Martin Harris da visita a Charles Anthon foi incluído em Joseph Smith - História em 1838:


64 “Fui à cidade de Nova York e apresentei os caracteres que tinham sido traduzidos, assim como sua tradução, ao professor Charles Anthon, famoso por seus conhecimentos literários. O professor Anthon declarou que a tradução estava correta, muito mais que qualquer tradução do egípcio que já vira. Mostrei-lhe então os que ainda não haviam sido traduzidos e ele disse-me serem egípcios, caldeus, assírios e arábicos; e acrescentou que eram caracteres autênticos. Deu-me uma declaração, atestando ao povo de Palmyra que eram autênticos e que a tradução, como fora feita, também estava correta. Peguei a declaração e coloquei-a no bolso; estava saindo da casa quando o Sr. Anthon me chamou e perguntou-me como soubera o jovem que havia placas de ouro no lugar onde ele as encontrara. Respondi-lhe que um anjo de Deus lho revelara.

65 Disse-me então: ‘Deixe-me ver essa declaração’. Tirei-a do bolso e entreguei-a a ele, que a pegou e rasgou em pedacinhos, dizendo que já não existiam coisas como ministério de anjos e que, se eu lhe desse as placas, ele as traduziria. Informei-o de que parte das placas estava selada e que me era proibido levá-las. Ele respondeu: ‘Não posso ler um livro selado’. Saí de lá e procurei o Dr. Mitchell, que confirmou tudo o que o Sr. Anthon dissera a respeito dos caracteres e da tradução. ”(JOSEPH SMITH—HISTÓRIA 1:64–65).

Anthon negou que ele tivesse validado os caracteres e a tradução, mas seus dois relatos são contraditórios.

Anthon negou que houvesse validado cada um dos caracteres ou a tradução de Joseph, embora seus dois relatos escritos contradigam um ao outro em pontos-chave [5]. Por exemplo:

  • em sua primeira carta, Anthon se recusa a dar um parecer escrito a Harris
  • em sua segunda carta, Anthon afirma que ele escreveu sua opinião, "sem qualquer hesitação" porque queria expor que ele tinha certeza que era uma fraude.

A pista do que Anthon disse pode ser encontrada na reação de Martin Harris. Martin se comprometeu a financiar a tradução de O Livro de Mórmon.


Pergunta: Quantas cópias da transcrição Anthon existem?

Existe mais de uma cópia da "autêntica transcrição Anthon":

A mais antiga cópia conhecida (foto aqui) está na posse da Comunidade de Cristo (antiga Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias). O papel parece ser da mesma idade e tipo do que o usado por Smith para a tradução do Livro de Mórmon.[6]

Uma cópia do que pode ser a transcrição Anthon; não deve ser confundida com a falsificação Hofmann que mais tarde foi produzida. Original localizada na Library Archives, Reorganized Church of Jesus Christ of Latter Day Saints, The Auditorium, Independence, Missouri.


Godfrey: "Martin encontrou uma rocha semelhante à pedra vidente que Joseph às vezes utilizava no lugar dos Intérpretes os substituiu sem o conhecimento do Profeta"

Martin era um fazendeiro e empresário astuto, e um homem de alguma propriedade. Ele frequentemente guerreou entre crença e dúvida. Por exemplo, Martin coloca Joseph à prova durante a tradução das 116 páginas com as pedras. Ele repetidamente submeteu reivindicações de testes empíricos a Joseph para detectar engano ou fraude. Ele saiu com essas experiências convencido de que era verdadeiramente capaz de traduzir as placas. Ele estava tão convencido, que estava disposto a investir recursos financeiros significativos e comprometidos para publicar o Livro de Mórmon.

Kenneth W. Godfrey, Ensign (janeiro 1988):

Depois de voltar de uma viagem a Palmyra para resolver seus assuntos, Martin começou a transcrever. A partir de 12 abril - 14 junho, Joseph traduziu enquanto Martin escreveu, com apenas uma cortina entre eles. Na ocasião eles fizeram pausas na árdua tarefa, às vezes indo para o rio e atirando pedras. Uma vez Martin encontrou uma pedra muito semelhante à pedra vidente, às vezes usada no lugar dos intérpretes e substituiu-a sem o conhecimento do Profeta. Quando a tradução retomou, Joseph parou por um longo tempo e então exclamou: "Martin, qual é o problema, tudo está tão escuro como o Egito." Martin, em seguida, confessou que desejava "parar a boca dos tolos" que lhe disseram que o profeta memorizava frases e simplesmente as repetia. [7]


Notas

  1. Richard L. Bushman, Joseph Smith: Rough Stone Rolling (New York: Knopf, 2005), 65.
  2. Richard E. Turley, Jr. Victims: The LDS Church and the Mark Hofmann Case (Urbana and Chicago: University of Illinois Press, 1992), 24–39. ISBN 0252018850 Google books
  3. Anonymous, "New Light: "Anthon Transcript" Writing Found?," Journal of Book of Mormon Studies 8/1 (1999): 68–69. off-site [No PDF link] wiki ; citando David H. Kelley, “Cylinder Seal from Tlatilco,” American Antiquity 31 (Julho 1966): 744–746 e comentários de John A. Graham sobre Hanns J. Premm, “Calendrics and Writing,” em Observations on the Emergence of Civilization in Mesoamerica, ed. Robert F. Heizer and John A. Graham (Berkeley: University of California Archaeological Research Facility, 1971), 133.
  4. John W. Welch, "What did Charles Anthon Really Say?," in Reexploring the Book of Mormon, edited by John W. Welch, (Provo, Utah: FARMS, 1992), 47–49. ISBN 0875796001 off-site FAIR link GL direct link
  5. Richard L. Bushman, Joseph Smith: Rough Stone Rolling (New York: Knopf, 2005), 65–66.
  6. David E. Sloan, "The Anthon Transcripts and the Translation of the Book of Mormon: Studying It Out in the Mind of Joseph Smith," Journal of Book of Mormon Studies 5/2 (1996): 57–81. off-site PDF link wiki
  7. Kenneth W. Godfrey, "A New Prophet and a New Scripture: The Coming Forth of the Book of Mormon," Ensign (janeiro 1988).